Moçambique é um país localizado na costa sudeste de África que partilha fronteiras com a Tanzânia a norte, o Malawi, a Zâmbia e o Zimbabué a noroeste, a Suazilândia e a África do Sul a sudoeste e o Oceano Índico a este. Embora o país enfrente vários desafios, também é rico em recursos e tem um enorme potencial para o desenvolvimento do turismo sustentável.
Moçambique foi uma colónia portuguesa até conquistar a independência em 1975 e viveu uma longa e devastadora guerra civil, até 1992. No Índice de Desenvolvimento Humano da ONU, Moçambique está actualmente classificado em 185.º lugar com a educação e infra-estruturas limitadas, embora estejam a ser feitos esforços para atrair investimento estrangeiro e desenvolver sectores-chave. Ao mesmo tempo, desastres naturais como ciclones, inundações e secas causam regularmente danos significativos às infra-estruturas, deslocando também comunidades. Várias acções estão em curso para melhorar a situação e alcançar os ODS da ONU, estando os progressos actuais disponíveis no Painel do Relatório de Desenvolvimento Sustentável.
Em geral, Moçambique demonstra um enorme potencial – é um país rico em recursos naturais, incluindo gás natural, carvão e minerais, com a agricultura também a desempenhar um papel vital na economia. O potencial turístico de Moçambique é substancial, com uma costa de 2700 quilómetros e rica em património cultural, flora e fauna. No entanto, ainda não regista uma grande participação no mercado turístico, tendo a situação se tornado ainda mais desafiante em tempos de COVID-19. Além disso, o sector ainda é enormemente dominado pelo investimento estrangeiro, principalmente da África do Sul, contribuindo pouco para a balança de pagamentos e para a redução da pobreza no país.
O turismo rural em Moçambique continua a ser um campo particularmente negligenciado, com a actividade turística até à data, focada em férias de “sol, mar e areia”. Esta lacuna no desenvolvimento do turismo rural anda de mãos dadas com a falta de formação em níveis de ensino superior para desenvolver o turismo rural e sustentável, sem nenhum curso no país centrado nas zonas rurais, particularmente ao nível de Mestrado. Até à data, ainda não existe um curso de mestrado em turismo a nível de Pós-Graduação (PG) em Moçambique voltado para o ambiente rural. Contudo, as comunidades – especialmente nas zonas rurais – podem beneficiar significativamente do desenvolvimento do turismo, não apenas no continente africano. Na Áustria, um destino conhecido pelos seus exemplos de boas práticas de turismo rural (que este projecto pretende partilhar), o (agro)turismo é visto como gerador de rendimento essencial. No caso de Moçambique, o turismo de base comunitária, o agroturismo e formas semelhantes de turismo apresentam um potencial subutilizado para ligações e diversificação dos meios de subsistência, especialmente em áreas rurais dominadas pela produção agrícola.
A CAST Moçambique esforça-se, portanto, por melhorar os meios de subsistência rurais, particularmente as perspectivas futuras da população mais jovem e feminina. Fá-lo através da criação de iniciativas de ensino superior que não só permitem aos alunos aprender sobre as questões e o desenvolvimento sustentável do turismo nessas áreas, mas onde as comunidades também são apoiadas através da assistência no desenvolvimento de negócios turísticos viáveis e estratégias de marketing sustentáveis, de modo a utilizar todo o potencial do turismo para contribuir para os ODS, aliviar a pobreza em Moçambique e capacitar os residentes.